O Brasil Até Brasília
A Epopeia de Nossa Pátria
Benedito Paes
É assim a contextura do poema: Vi, como uma visão, Dante descer duma estrela e chegar a mim e dizer-me que o anjo Ismael, a mandado de Jesus, voou a um planeta da Capela e pediu-lhe para vir à Terra e lembrar-me de que eu tinha uma grande missão a cumprir: compor um poema da nossa pátria, de Brasília e, por isso, tinha que assistir à sua inauguração. Com a minha relutância, ele, para me convencer, começou a narrar-me a viagem de Dom Bosco, realizada por meio de um sonho profético ao Planalto Brasileiro. Depois, no caminho, Dante e eu fomos conversando sobre Filosofia e sobre a origem e evolução do homem. Em seguida, Dante provocou-me o sono e num sonho prolongado estive na Palestina – lá, vi Jesus nascer e pregar a lei do amor, da salvação e depois morrer pregado numa cruz. Muitos séculos após, vi-o a chorar de novo sob a Inquisição e, com dor e mágoa prometer uma terra nova para os filhos oprimidos. Finalmente vi a formação do povo português, a descoberta do Brasil – o Brasil Colônia e no final do Império, ao assistir a morte do nosso grande Imperador, eu acordei, mas continuei no êxtase. Em seguida, Dante continuou a relatar os fatos da República até chegarmos a Brasília. Daí em diante, Juscelino continuou a nos relatar como construiu a nova capital até a sua inauguração. Adotei neste poema a poesia tradicional, ou clássica, por um gosto pessoal, bem que eu goste da moderna, mas que seja trabalhada e feita com muito esmero. Servi-me de vários livros de história, o que escrevi sob inspiração certamente são eventos ocorridos no passado que estavam guardados no meu subconsciente. Na antiguidade, os poetas utilizavam como intermediários, entre o céu e a terra, os deuses e as deusas mitológicas e como inspiradores da beleza e do sonoro canto, a ajuda das musas. Atualmente evocamos e suplicamos a intervenção dos espíritos dos poetas e dos grandes sábios de todos os tempos.
