Scortecci Editora / AFEIGRAF - Contos - Formato 14 x 21 cm - 1ª edição - 2017 - 172 páginas
Bodas de SalgueiroContos da Geração de ConcretoVitor Luiz Leite
O tempo morreu de fome!Os sonhos engordaram, sob a parede que ruía.O céu choveu fogo e cinzas.Mas nós… nós sorrimos e cantamos; por mais um dia.se tudo fosse feito de um doce e açucaradose a onda no mar fosse verde, esperançadose o vermelho das bandeiras não fosse de sangue derramadoO mestre; missão.A juventude; de marfim e ilusão.A pureza morta no corredor confuso.Os erros que ventam nas valetas além pulso.[Ó pureza perdida, entre páginas de livros velhos e mofados]A sujeira; cama bagunçada.A infâmia; o demônio na garrafa.O acerto de contas com o moribundo.A homeopática destruição do mundo.Macacos dançarinosfeitos de concreto sãoNão pela força de paladinosmas por serem filhos do clarão[Dancem!Dancem!Comemorem!]É a festa em que o barqueiro ébrioaguarda sentado no cantoo primeiro sóbrio roncodo bom menino mais sérioBreve século de pólvora e carvão.Eram os extremos, anfitriões da escravidão.O homem e o abismo.O medo e o pessimismo.A cantiga; o niilismo.A certeza do doméstico precipício.Marchem comigo, crianças, ao cemitério!Rebolem nas covas, brinquedos deletérios.Amanheçam com certezas de futuro abjeto.Seja bem-vinda…[delicada e quebradiça Geração de Concreto]